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Sobre os altos salários no futebol e as empresas

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Neste texto proponho uma reflexão a respeito dos salário altos tendo como perspectiva aquilo que se verifica no mundo do futebol e aproveitando a conclusão de um fim-de-semana rico em reviravoltas de liderança nos principais campeonatos europeus.

Não tenho dúvidas de que, no mundo de hoje, o talento é atraído pelo aliciamento económico sob a forma de salários, prémios e investimentos, ou através de benefícios específicos que façam com que os melhores se sintam tentados a rumar à fonte dos mesmos.

Exemplos tem havido de clubes que sistematicamente contratam os mais talentosos profissionais existentes no mercado e que procuram escudar nessas aquisições lacunas e deficiências internas graves, como são a incapacidade de delinear uma estratégia a médio ou longo prazo no sentido do êxito.

Aquilo que o futebol tem mostrado, para aqueles que o querem ver, é que uma vez ultrapassado o patamar que permite atrair talento, não há qualquer vantagem em aliciar ainda mais os talentosos, porque o sucesso pretendido pelo investidor já não é uma questão de profissionais, antes uma questão de estrutura organizativa.

Sobre esta ideia merece igualmente que se pense no caso das empresas públicas, onde certos profissionais das administrações auferem mais do que homólogos do sector privado sem que essas empresas o justifiquem em termos de resultados. Além disso, pensemos no caso nas funções políticas do Estado, como os cargos de Primeiro-Ministro ou Presidente da República, dos quais alguns têm dito que os salários dessas posições não aliciam suficientemente os talentosos, sobretudo os que privilegiam o vencimento aos demais benefícios.

E se no futebol se tem mostrado que o pagamento de fortunas aos e pelos profissionais não garante linearmente o sucesso desportivo face aos que não as pagam, dá que pensar o universo das empresas, sobretudo no das públicas, em que a retribuição financeira de certos cargos em nada se coaduna com o êxito económico das mesmas.

1 comentário:

  1. Meu caro amigo Marcelo Melo
    gosto de futebol. Fico eléctrico quando dá um jogo da Académica na televisão ou quando joga a Selecção. Mas para que isso aconteça tenho de me esquecer dos ordenados que aqueles homens ganham, porque se me recordo disso vai-se logo a magia.
    O Marcelo referiu que os salários dos jogadores de futebol são altos. Ser alto é ser muito pouco levando em conta as maquias que estão em jogo. Isto é fruto dos tempos loucos em que vivemos. Como pode ser possível que uma pessoa, neste mundo, consiga ganhar mais dinheiro num mês do que uma familia inteira mediana ganha numa vida de trabalho?
    Como pode ser possível neste país, onde a pobreza ganha terreno todos os dias, que tenhamos jogadores a ganharem fortunas? E mais não fazem do que correr atrás de uma bola e tentar metê-la dentro de uma rede! Basicamente o futebol é isto. É espectáculo dirão muitos, e o espectáculo paga-se muito bem. Quer então dizer que a riqueza produzida pelo trabalho não tem qualquer valor, ou que quem a produz, porque não produz espectáculo...
    O trabalho de calão é na verdade muitíssimo bem remunerado!
    Com amizade

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