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Sobre o entusiasmo do homem pelos botões

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952989_f01e_625x1000Os botões são uma solução tecnológica que muito agrada ao homem. Importa como tal explorar um pouco as motivações para que assim seja. A verdade é que existe uma subtil psicologia por trás do conceito de botão, não do botão com fins têxteis, mas essencialmente do botão eléctrico, aquele que permite acender uma luz, mudar de canal ou chamar um elevador.

Sinteticamente, o apreço do homem pelos botões resulta deste serem de construção simples, de uso fácil e de efeito imediato. São uma solução versátil e útil para realizar, sem morosidades vãs, tarefas perfeitamente definidas.

Depois, fruto de pouco se poder antever pela sua aparência, os botões provocam reacções de curiosidade e mistério nos homens, condensadas perfeitamente na frase “o que é que acontece se eu pressionar isto aqui…”.

Esta fabulosa relação acção/efeito que os botões exemplificam, são porventura o ideal existencial para o qual a vida humana se tem vindo a posicionar, um ideal no qual sejam construídos e delineados botões perfeitamente compreensíveis, que conduzam com idêntica clareza e objectividade aos efeitos que um botão eléctrico provoca no seu espectro de aplicação. Neste ideal existencial, o homem define em que consiste o botão e depois procura convencer-se de que quem o acciona consegue atingir os objectivos. Se quer ser rico, accione este botão. Se quer ter sucesso, pressione aquele, se quer ser o maior da sua aldeia, prima aqueloutro. Não é esta a lógica preconizada por muitos livros de auto-ajuda? E é isto que comummente se faz na sociedade, cercear caminhos ou decisões para um objectivo, e eleger outros como pertencentes ao botão que quando accionado nos levará para o efeito desejado. Nas escolas, por exemplo, é precisamente assim que acontece, cria-se um programa escolar e afirma-se que quem o cumprir acciona o botão rumo ao mundo profissional ou à formação. Resta-me perguntar, neste recanto de onde escrevo: a vida humana cabe dentro de um botão?

2 comentários:

  1. Caro Marcelo Melo
    por certo que a vida humana não caberá num botão, pelo menos por enquanto, mas que as nossas vidas ficam, diariamente, pendentes, por breves segundos, pela expectativa do que haverá para lá, ou do que acontecerá depois de se premir um botão, isso sem dúvida nenhuma. E se dermos ao botão o verdadeiro significado dele, o de abotoar, então a nossa vida pode mesmo entrar num frenesim. Já imaginou os segredos avidamente desejados que se podem esconder atrás de um botão? No momento em que esse botão é premido, por vezes até espremido, a vida de um espécime humano cabe toda dentro dele!!
    Com amizade

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  2. não discordo, mas não somente os botões mas diria que você usou-os como metafora para a tecnologia que nos cerca no atual tempo que estamos a viver...sei que estranho é tudo isto, mas a verdade é que as vezes somos substituidos pelas maquinas, ainda bem que ainda podemos escrever...

    visite-me.
    saudações.

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