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Sobre a segurança nos aviões e aeroportos

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O universo da aviação comercial vive actualmente numa redoma absurda, à imagem e semelhança da psicose de alguns a respeito do terrorismo. Não se compreende porque motivo uma imensidão de passageiros por este mundo inteiro têm de se sujeitar diariamente a medidas de segurança tão patéticas e fúteis como são as dos aeroportos. Tudo começa com a lógica invertida de ter admitir que todos os passageiros são suspeitos a priori. As bagagens de mão são inspeccionadas e as pessoas obrigadas a tirar casacos, cintos, carteiras, moedas, telemóveis, compuradores, etc , para poderem passar à zona de embarque e usufruir do bilhete pelo qual pagaram . O processo é tão fastidioso que quem o executa fá-lo imbuído de uma síndrome de piloto automático que qualquer verdadeiro terrorista saberia passar incólume.

Depois vem o drama de não se poderem levar líquidos para a zona de embarque mas poderem-se comprá-los lá dentro. Quem é que no seu perfeito juízo consegue compreender isto? É que se ninguém pudesse ter líquidos por motivos incontornavelmente fortes e técnicos, compreender-se-iam estes controlos, mas o facto de se poderem comprar (terem de comprar) dentro da zona de embarque, rebate de imediato a lógica da proibição. Como é que as pessoas ligadas ao transporte aéreo comercial não se dão conta da tremenda insensatez que é andarem a imaginar que qualquer pessoa que compre um bilhete para viajar de avião seja um gandulo com fins suicidas que irá material pernicioso para o interior da aeronave? Afinal, que diferença faz que o problema se dê num avião? Não morrem todos se uma bomba explodir num comboio, camioneta ou metro? Para quê, então, esta esquizofrenia e mania da perseguição apenas neste meio de transporte?

Se isto não parar, qualquer dia as pessoas talvez tenham de ser sedadas durante a viagem porque a sua própria presença a bordo é um perigo e talvez seja melhor despachá-las como carga.

Acima de tudo, os aviões encerram em si o respeito pelo acto de voar, de não ter os pés assentes na terra e a sensação de fragilidade que isso gera. Somado a isso a aviação consentiu e continuar a consentir que a imagem do terrorismo acicate esta fragilidade natural do acto voar, através da criação de fantasmas sobre como instrumentalizar um avião para más causas. Neste sentido, temem-se os explosivos, os químicos em geral ou mesmo as armas que cada passageiro possa trazer consigo, mas tais medidas, quando olhadas e dissecadas racionalmente, são meras imposições simbólicas que visam atenuar os ditos fantasmas que cada um possa ter, em especial as pessoas dos países mais afectados pelo terrorismo. Afinal de contas, há tantas formas de causar estragos num avião, que é idiota, inútil, ingénuo e inviável assumir que toda a gente é um traste que entra na aeronave para a rebentar e que o fará através de meios mais do que previsíveis.

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