Todo o rol de conceitos estruturantes sem os quais é
praticamente impossível definir e compreender o que é um ser humano ou como
funciona indivual e colectivamente, têm o senão de ter propriedades
telescópicas, no sentido de serem extensíveis (tal qual um cabo telescópico numa
cana de pesca) na sua profundidade e alcance.
O bem, o mal, o bonito, o feio, o excelente, o medíocre, o
gigante, o minúsculo, o terrível, o inconcebível, o hilariante, o concebível, o
desejável, o amor, a mentira, o ódio, etc: somados, são bytes e bytes de
conceitos de natureza subjectiva e contextual que nos cabe em sorte distribuir
segundo escalas de importância e magnitude.
Cervantes dizia que as viagens e o falar com estrangeiros faz
os homens ponderados. Estou em crer que isso se deve à riqueza que o contacto
com outras culturas presta na construção e melhor definição destes conceitos
telescópicos que exigem uma resposta em nós.
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