Toda a estrada tem irregularidades assim como toda a pessoa tem imperfeições. A dimensão de ambas depende daquilo que é feito ou então deixado por fazer, relativamente à correcção/atenuação/extinção dessas irregularidades e imperfeições.
Este trabalho de Juliana Herrera chamou-me a atenção precisamente porque se centra na ideia-chave de preencher as imperfeições da estrada, um trabalho que requer certamente uma atenção e abordagem individualizadas, visto que cada buraco é um buraco, do mesmo modo que cada imperfeição humana é uma imperfeição (que requer atenção própria e cuidado diferenciado).
Realço ainda o facto da artista preencher as irregularidades da estrada com materiais coloridos e tecidos pela própria (assim creio). Este procedimento dá duas pistas quanto ao que devemos fazer relativamente às nossas imperfeições pessoais ou às que encontramos nas nossas vidas: primeiro temos de tecer a solução para elas, o que requer tempo, disciplina e energia, e em segundo lugar, se o fizermos de modo colorido, isto é, imprimindo um espírito positivo e optimista, todo o processo nos parecerá belo e valioso.
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