Lia ontem um pouco sobre um tema que em certa medida me fascina: o efeito placebo. À luz do entendimento químico e biológico da Natureza, em termos de mecanismos de funcionamento e relações causais, como se concebe que o homem se cure ou melhore da sua doença pelo afirmar mental de uma convicção ou fé relativamente à cura?
Não haverá margem neste mecanismo para interpretar o plano mental e o plano corporal como dois registos interligados e mutualmente influenciáveis? Se o placebo é o nome que damos a processos de cura motivados por atos de fé desprovidos de fundamento físico, existe margem para pensar que este mecanismo extravasa o âmbito médico, e que noutras frentes da vida também dele nos podemos socorrer.
Por exemplo: as pessoas tendem ocasionalmente a cair no que chamam de espiral de azares em que 'tudo' de mal parece acontecer, estranha e improvavelmente, em catadupa. Creio ser esta uma pista para o mesmo mecanismo mental contido no placebo, em que a mente influencia processos físicos, dando azo, neste caso, a ocorrências negativas. Acima de tudo parece-me avisado que dediquemos mais tempo a compreender como a mente pode interferir com eventos físicos, e como o nosso corpo e suas acções podem beneficiar ou prejudicar-se com esse efeito do plano mental. Há que controlar este poder.
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