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Sobre a solidariedade relativamente aos problemas apresentados pelos outros

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Quando alguém vem ter contigo e partilha um problema, de ti é esperada alguma solidariedade. A este respeito, o teu grande desafio passa por perceber, sobre o que é que hás-de fazer incidir essa solidariedade.

Pode-te parecer este um detalhe sem interesse, mas verifica-se este pormenor ser capaz de definir o rumo de uma conversa e de definir o papel que tu desempenhas num momento desses: podes-te solidarizar com a pessoa, e assumir o seu lado da questão indiscutivelmente, sob o pretexto de a tranquilizar pela coletivização do seu ponto vista. ("se o outro também pensa assim, então eu não posso estar assim tão errada no que estou a pensar"); ou podes-te solidarizar perante a questão, e investir energia e ideias em clarificar a verdade, moral, justiça nela encerrada, o que pode implicar, até, que discordes do que o outro está a dizer  e a pensar (a dialética pura e dura).

Como disse, isto pode parecer-te um pormenor que não merece consideração, mas acredita que tem o poder de evitar ou promover desentendimentos, porque pode muito bem ser que tu tenhas uma tendência a optar por um tipo de solidariedade que te é mais fácil de gerir, mas que nem sempre é a que é necessária para aliviar o problema do outro.

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