© Tiago Hoiesel
Qualquer indivíduo minimamente avisado começou o ano tendo em conta, no seu plano de actuação, a maldita Crise, esse Adamastor cuja sombra paira sobre nós há sucessivos anos.
Pergunto-te: quantos anos mais terão de suceder para que este Adamastor deixe de constar, no teu e no discurso de todos, como algo extrínseco à sociedade e o assumimos como a realidade que nos é dada viver? Caminhamos dentro em breve para um década em crise e, ainda assim, falamos dela como se não fizesse parte de nós, como se não fôssemos nós, à luz da História que contará a nossa história, a geração que com ela se contemporanizou, a bem ou a mal.
Receber um novo ano na esperança de que chegue ao fim o mais depressa possível porque estes são tempos desagradáveis para serem vividos, é deitar tempo de vida útil ao lixo. Há que saber aceitar que crise é tão somente o nome que convencionamos dar à realidade, não a própria realidade: estes continuam a ser tempos de inúmeras oportunidades para uma vida feliz, e tempos de extraordinárias propostas para realização e crescimento pessoal.
E se às pessoas amadas aceitamos de bom grado a premissa de as amarmos como elas são, será que, enquanto amantes da vida e do tempo em que estaremos vivos, sabemos aceitar o tempo que nos é dado viver como ele é?
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