Para bem do valor que cada um reconhece a si mesmo, todos precisamos, aqui e acolá, de nos recortarmos de uma certa cultura de massas que a todos iguala à condição de seres genéricos e indistintos à revelia de que cada um se sinta uma criatura única, irrepetível.
A ideia de tentarmos ser todos iguais não é, porém, desprezível. Quando o que está em causa é sermos virtuosos, eticamente proficientes, que bom seria sermos todos iguais no esforço empreendido por conter os caprichos da personalidade e almejar a uma vida superior. Não obstante, quando o que está em causa nessa igualdade é apagar-se a chama de vida que garante a autenticidade natural , então aí sim, a igualdade é sem dúvida indesejável.
Enquanto consumidores, gostamos de afirmar a nossa identidade através do que compramos, mas nem sempre atentamos que também no que pensamos, no que sentimos, nos assuntos de que falamos, etc essa autenticidade deve surgir, sob pena de falarmos só do que todos falam, de gostarmos do que todos gostam, de pensarmos precisamente segundo raciocínios que todos pensam.
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