© David Wiseman
Enquanto seres coletivos, estamos a sofrer uma mutação fenotípica ao nível da capacidade de estabelecer e arcar com compromissos. A aspiração utópica a uma liberdade absoluta mas vazia de consequência tem vindo a amputar em cada um de nós a capacidade de viver a vida honradamente, dizendo e cumprindo com o que se diz, enfim, tomando decisões olhando os assuntos de frente, e não de soslaio.
Se discordam desta perspectiva, que me ajudem então a compreender o que se passa com a vida das pessoas (em termos de compromissos) nas vertentes da educação, do ensino, do civismo, do casamento, da paternidade, do trabalho, do voluntariado, da fidelização à ética e á moral.
Preferimos avidamente tudo o que não nos prende, porque, em potencial, só assim poderemos não nos impregnar com o fardo de qualquer coisa sempre representa. Só que, ao cultivar semelhante estilo de vida, não só o melhor de nós pode muito bem nunca se chegar a revelar, como imensas oportunidades deixam de se concretizar porque sem compromisso ninguém se atravessa por ninguém, ninguém potencia ninguém. Ninguém acredita em ninguém.
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