Amélie vai-se movimentando na vida e intervindo em coisas que acabam por desencadear alterações na vida dos outros: apesar de alguma timidez presencial, a sua vida não é inócua à vida dos outros, porque há nela um ímpeto persistente de intervir e harmonizar o mundo. Isto acontece relativamente ao pai (viúvo) que não tem coragem de viajar e que acaba por começar a fazê-lo devido à misteriosa recepção em sua casa de correspondência oriunda de locais turísticos; acontece também no modo como Amélie gera uma envolvente favorável a que duas personagens se apaixonem uma pela outra; ou no modo como sob anonimato castiga o merceeiro por se revelar intolerante para com o seu assistente, etc.
Sendo claramente uma pessoa alternativa, O Fabuloso Destino de Amélie Poulain narra com mestria uma história de amor também ela alternativa, ressaltando que quando se leva uma existência atenta a detalhes insignificantes para os outros, a busca do amor pode muito bem passar pela deteção desses mesmos pormenores noutras pessoas, e não nos aspectos tradicionais sobre os quais o tabuleiro do amor se joga.
Vale a pena ver este filme!
Ps.: Chamo a atenção também para a sua banda sonora, da autoria do fantástico Yann Tiersen
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