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Sobre o falecimento de Eusébio e alguns aspectos sociológicos relacionados

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Morreu-nos Eusébio, um dos melhores profissionais na sua área, um exemplo de excelência, dedicação, talento e motivação. A unanimidade mundial em torno da sua pessoa e contributo são a sua maior aclamação.

Fora dos relvados, Eusébio é também um caso raro, na geografia social portuguesa, por personificar o caso verídico de um colonizado que agarrou, se criou e se celebrizou com a nacionalidade do colonizador. Se nascesse hoje, Eusébio seria uma atleta moçambicano, e seria discutível em que medida teria Moçambique a capacidade de o projectar como acabou por ser possível a Portugal fazê-lo. Talvez Eusébio acabasse por ser menos excelso nesta modalidade, ou eventualmente brilhado noutra, como o atletismo. O mundo das suposições é matreiro nas vias de interpretação, mas não me furto a divagar sobre se seria Eusébio quem foi se Portugal não tivesse colonizado o território do actual Moçambique.
 
Longe de querer provar a benignidade do período colonial, a verdade é que o caso de Eusébio é muito peculiar por estarmos a lidar com o exemplo de alguém que chega a ídolo nacional tendo nascido no remoto sul de África , a 11 horas de avião da metrópole. Tal facto evidencia,  a meu ver, duas coisas muito bonitas:

1) Que Portugal acolheu verdadeiramente como seus cidadãos aqueles que durante o período colonial nasceram nas suas expandidas fronteiras.

2) Que o talento e a excelência são transversais a qualquer nacionalidade ou características pessoal,  e que estes bastam para que se garanta a consensualidade de uma personalidade.


Até sempre, Eusébio.


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