Evolution of Secrets - Szoki
Se há coisa que não deve ter mudado muito ao longo do tempo, é o conceito de segredo. Hoje falamos mais em termos de privacidade ou falta dela, guardando a palavra segredo para conteúdos muito circunscritos e específicos, merecedores de um estatuto especial.
Todos
gostamos de ouvir um segredo, mas todos sabemos que um segredo só é digno da
sua natureza se não for sabido. Neste sentido, os segredos deveriam ser
intransmissíveis, facto que, como bem sabemos, constitui uma tremenda tortura
porque dado o seu valor comercial ou social: sacrificando-o conquistamos
dinheiro ou reputação social (confiança) junto de alguém. Este apelo é quase
irresistível e explorado inclusivamente em programas de entretenimento, para
além de uma certa imprensa sedenta de capas bombásticas, mas será que faz
sentido?
Custa-nos
aceitar que existe uma informação que nos está oculta e aguentar sem lhe tentar
aceder. Custa-nos aceitar que sabemos algo que nos apetece contar ou nos é
proveitoso contar e não poder. Neste sentido preservar um segredo é algo que só
por si nos põe à prova. Conta-nos o segredo sobre a nossa capacidade de lidar
com segredos, não é?
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