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Sobre a função de um alarme ser alarmar

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Warning - Mark Alder

A função de um alarme é alarmar. Alarmar não é resolver um problema. Tudo o que só alarma, não resolve por si o que quer que seja.

O jornalismo rotineiro, por exemplo, tornou-se um grande alarme. Toca por tudo e por nada, mas nada resolve por si, pelo que cada vez cansa mais ouvir o seu inconsequente e diário tocar de sinos a rebate. O que, sim, resolve problemas é a capacidade de reagir a um alarme. Cada um de nós, investidos de um magnânimo despotismo que se fundamenta na conquista do direito a nos preocuparmos só com os nossos problemas (esta é a visão que se tem de liberdade), finge não ouvir os muitos alarmes que todos os dias são tocados intencial ou naturalmente, para nos alarmar e, claro está, fazer atuar.

Temos sempre muito para fazer, ao que parece, para nos preocuparmos com problemas que caiam foram da nossa vidinha, da nossa (saborosa e segura) rotina. É assim que caímos em situações limite, é assim que negligenciamos problemas que se tornarão avalanches mais dia, menos dia. Temos muito que fazer, mas uma boa fatia desses afazeres é perder tempo com futilidades atrás de futilidades. Estamos viciados nisso, e esta história, nestes moldes, só pode acabar mal.

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