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Sobre o livro Memória de Elefante, de António Lobo Antunes

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Em Memória de Elefante, é-nos apresentada uma escrita forte (condimentada), predominantemente pessimista,  pontuada por erupções de perspicácia analítica mas também por divagações rocambolescas. O livro narra o drama interior vivido por um psiquiatra trintão que se vê dramática e inesperadamente na vida sem a presença da esposa (e filhas), realidade que manifestamente não consegue aceitar e digerir.

Memória de Elefante vale não pela história, não por proporcionar poderosos ensinamentos para a vida "à laia de" lições de moral, mas pelo contacto privilegiado com o magistral calibre literário do autor, que fez a sua estreia nessa qualidade precisamente com esta obra, em 1979.

Lobo Antunes espalha magia no imaginário de leitor por intermédio de uma capacidade absolutamente ímpar para casar conceitos, sejam eles de natureza médica, geográfica, artística ou outras que lhe ocorra convocar. Se no início e em algumas passagens tal recurso possa parecer um fait diver inerente à relação do próprio autor com a sua escrita, para lá deste Cabo Bojador a experiência de leitura sai reforçada e o leitor honesto terá de admitir a forte e arrebatadora identidade literária de Lobo Antunes neste livro.

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