Vários são os factores que concorrem para que cometas erros na interpretação do papel que te cabe cumprir na sociedade, pelo que não é exequível evidenciar em poucas linhas e sem perda de generalidade, que tipo de circunstâncias, matrizes de pensamento e linhas de conduta, tipicamente produzem erros de paralaxe na aferição do nosso devido lugar no mundo que te rodeia.
Aproveito para saltar, assim, para a evidência possível, que é a constatação de que, não raro vamos tendo ocasião de representar, perante a vida, o papel de "marinheiro em cavalo branco", isto é, de alguém que com atitude e concepção erradas de si próprio se submete (ou é submetido) a um posicionamento dissidente face à realidade, piscando deste modo o olho ao fracasso com toda a naturalidade.
Descer do "cavalo" e procurar a devida "embarcação" (ou despir a farda de marinheiro e vestir a de cavaleiro) implica consciência e discernimento, mas também carácter e resolução. Insistir na peregrina ideia de nos mantermos marinheiros sem barco é que não dá. Se teimarmos nisso, a vida poderá levar tempo mas vai polir essa aresta viva com a lima do sofrimento e com banhos frios de realidade, pontuados por intensas experiências de desnorte, falta de sorte e quebra de auto-estima.
(Imagem: Yu Fan - Sailor on white horse No.3, 2009)
(Imagem: Yu Fan - Sailor on white horse No.3, 2009)
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