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Sobre a alegoria da vida enquanto travessia de uma corda bamba

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(Imagem: The Balance - Christian Schloe)


Caminhar na corda bamba da Vida é atuar numa urgência constante de equilíbrio, que requer um esforço tanto maior quanto maior a falta de concentração e paciência revelada pelo comandante da travessia. Chega a ter muito que ver com a atividade circense, na medida em que o bem percorrer essa corda bamba é um espectáculo digno de ser visto, qual arte (performativa) do viver.


Acontece que, para os vivos, a corda bamba impõe-se a todos por igual, e se é verdade que enquanto cada um percorre a sua e se depara com as próprias particularidades de desequilíbrio impostas sobretudo pela mente racional de um lado, e pelo apelo ao emocional do outro, não menos o é que pelo meio é-nos dada a oportunidade de presenciar o percurso e desempenho de contemporâneos nossos que se vejam no contexto de trilhar o caminho da corda bamba nas imediações do nosso posto de observação do mundo.

Para além dos elementos que precisa de equilibrar, o artista tem ainda que decidir com que ritmo avançará, sendo certo que o excesso ou escassez deste podem dificultar largamente a tarefa de se manter de pé na corda bamba. O ritmo certo será aquele em que missão se torne mais fácil de executar sem prejuízo do objectivo central que é tirar partido de todo o processo, mais do que de o temer ou de ou desconsiderar em detrimento de um hipotético aplauso mais à frente. Este por vezes funciona absurdamente como uma cenoura que nunca se concretiza em alimento para a alma e que não abona nada a favor os pesos que, de ambos os lados, o artista tem de equilibrar. Para este, só o presente importa.

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