Embalados por filmes anteriores como Magia ao Luar, Para Roma com Amor, ou ainda Meia Noite em Paris, a película Homem Irracional, do incontornável Woody Allen, é um filme que rompe com a dinastia que o precede. Em verdade, o filme oscila entre um drama romântico com matizes filosóficas e um drama filosófico com notas de romance. Tudo depende do tónico categórico que mais apele ao espectador.
A história fala-nos de um professor de filosofia que muda de Universidade e que se dá conta de viver uma fase de crise existencial onde, anestesiado pelo álcool, vive angustiado perante a ausência de sentido na sua vida. Isto, até ao dia em que perspectiva cometer um crime inesperado visando repor justiça numa situação alheia, provocando o renascimento da sua vida.
Toda a história orbita ante a hipocrisia de saber muita teoria (filosofia) e não a viver, da falência do amor e (do álcool) como artifícios de escape à dor do presente, e ainda ao modo como intervir no mundo, mesmo no sentido que nos parece justo, pode sempre causar impactos laterais inesperados, como seja a criação de outras injustiças.
A história evidencia fielmente como o mundo é um grande dominó de causas e efeitos, onde a lanterna que ganhas em sorte numa feira popular pode ser o motivo da tua morte quando deliberadamente planeias um crime. O homem irracional é, neste contexto, alguém que saltita entre essas peças de dominó e brinca aos raciocínios ao sabor das emoções enquanto esculpe a golpes de livre de arbítrio emocionado o destino da sua existência.
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