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Sobre a ambição e a vontade, e a sua complementaridade para se realizar sonhos

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Imagem: Lower your ambitions (blue) - Kasia Fudakowski (2015)

Com vista a chegar onde sonhamos chegar, sobretudo se de forma natural e sustentável, talvez não haja senão um segredo: permutar o cultivo de uma ambição e pelo culto à vontade. A ambição é um veículo psicológico que define uma meta sem com isso compremeter-se com a ação imediata no sentido que leva à sua concretização. A vontade, por sua vez, pode ser a derradeira força motriz que conduz à ação no sentido da concretização de uma dada meta.

Vejamos: eu posso ter uma ambição, mas estar sem vontade para agir no sentido dessa ambição. Por outro lado, posso ter uma clara vontade de agir, só que num sentido que não consigo definir porque não tenho qualquer ambição.

Assim, chegar mais alto, chegar onde podemos olhar os nossos sonhos de igual para igual, passa inicialmente pela sua descoberta mas, logo a seguir, depende exclusivamente de doses generosas de vontade. Quem se engana sobre isto não chegará onde ambiciona. É como esquecer de intervir na haste de um utensílio só porque a sua extremidade lá no alto (à qual prestamos mais atenção) parece ser mais clara quanto à função que lhe assiste. Enquanto haste, a vontade é mais indiferenciada, mas só pelo seu movimento pode a extremidade (ambição) chegar onde se espera que chegue.

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