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Sobre os nacionalmente derrotados mas europeiamente vencedores irmãos Sobral, e o poder da naturalidade e perseverança para singrar na vida

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Path to the stars series (7) - Juan Carlos Rivero Cintra (2017)


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A histórica vitória portuguesa num festival da Eurovisão, materializada por um jovem cantor português, embalado por uma jovem compositora sua irmã, e por anónimos mas bem audíveis (e aprazíveis) arranjos musicais de um outro jovem português, levaram ao êxtase um povo resignadamente habituado a ficar na cave das pontuações deste  experimentado concurso transnacional, que deve a sua existência ao nobre mote de integrar e cultivar as diferentes culturas e línguas do bloco continental europeu.

As boas oportunidades são em si mesmas inesperadas, e a tríade composta pelos irmãos Sobral e pelo músico Luís Figueiredo, acabou por triunfar bombasticamente com uma naturalidade que que desmonta a teoria de que perante estrangeiros e nacionalidades supostamente mais desenvolvidas, um português tem de se superar e desunhar para conseguir ombrear com tais colossos, ou adamastores, se preferirem.

Finalmente, não posso terminar sem bradar o modo como os irmãos Sobral, ex-perdedores em concursos televisivos nacionais de interpretação musical, surgiram pela televisão pública a dentro e de lá saíram como vencedores europeus. Nem sempre Portugal sabe premiar os seus melhores.  E nada impõe que os perdedores de ontem sejam os perdedores de hoje, só os caprichos da nossa auto-estima e os preconceitos da nossa má-lingua. Também nisto os irmãos Sobral fincaram a sua bandeira, mostrando que a perseverança torna possível triunfar em mares já outras vezes navegados mas nunca dantes vencidos.

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