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Sobre educação e instrução enquanto projetos de vida, e a busca por mais afirmação de carácter e menos de personalidade

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Não só instrução não significa necessariamente educação, como não é verdade que quem mais se instrói forçosamente será alguém mais educado. Porém, a instrução escolar e universitária, e outras de índole institucional, acarretam um código ético que por si só fomenta princípios e ideais que se espera ver espelhados nos atos e ideias das pessoas educadas. Se bem gizada, a instrução é um caminho para a educação, porque abre possibilidades, confronta posições, expõe incoerências.

Por outro lado, a educação e a instrução são projetos de vida que ultrapassam a fase da escolaridade obrigatória. A liberdade individual preconizada pela democracia, somada às distrações crónicas de um estilo de vida assente na insaciável satisfação de prazeres individuais (plenos de relatividade), dão asilo à preguiça em trabalharmos para sermos pessoas mais correctas coletivamente, porque menos imperfeitas individualmente. Mais do que personalidades disformes que projetam os seus defeitos como qualidades honoráveis, precisamos de ser adultos com carácter que se autodisciplinam e autorecriminam sem precisar de multas, denúncias, conflitos, etc., isto é, sem precisar que outros adultos nos ponham na ordem.

A desistência ou negligência em ser-se mais instruído e/ou em ser-se mais educado do que se é,representa um risco de inflexão no nível de consciência, entendimento e controlo, se quisermos, da realidade. Com menos educação e menos instrução, o mundo parecerá menos harmonioso e integrado, e ao mesmo tempo mais caótico e fora da lei. No limite, torna-se menos justo e belo, degradando a qualidade dos ecossistemos naturais e sociais que habitamos.

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