Procurar:

Sobre a melhoria das sociedades e das paisagens naturais, pela mão de quem convictamente semeia as mudanças que quer encontrar ao seu redor

Share it Please


* * *

Em tempos contatei com o livro O Homem que Plantava Árvores (por Jean Giono), e achei brilhante imaginar alguém que anos a fio dedica os seus dias à seleção das melhores sementes e à colocação ordenada das mesmas em terrenos desérticos. Décadas depois era possível encontrar floresta e hidratação onde antes só havia aridez e secura. Tal imagem é adorável pelo valor facial, isto é, pela sua mensagem ecológica e naturalista, mas é também um excelente convite à analogia: será que semelhante mecanismo de sementeira poderá aplicar-se à cultura, à educação, à cidadania?

É por acreditar que sim que este texto existe. Um exemplo muito pertinente de quem esteja a "semear" há 20 anos a educação junto dos mais pobres, e que começa a poder vislumbrar a floresta social em locais onde, se nada se fizesse, continuaria a haver "aridez" e "secura" a nível de desenvolvimento humano. Falo da organização sem fins lucrativos Shanti Bhavan, que se propõem pegar em crianças dos meios mais desfavorecidos da Índia (casta dos párias ou intocáveis) e semear neles o ensino escolar, as competências de liderança e valores globais (integridade, generosidade, compaixão).

Nenhuma floresta ou sementeira é perfeita. Nenhum projeto educacional, cultural ou societal o será. Mas uma floresta não se mede pelo sucesso ou insucesso de uma parte, mas sim pela harmonia que o todo consegue conquistar, nomeadamente pela capacidade sincronizada de mobilizar um ecossistema para a sua transformação. O resto vem por acréscimo ou consequência.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...