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Sobre o filme 'Loving Vincent', a pintura ao dispôr do cinema, e a biografia de um vencedor tardio que morreu cedo

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Loving Vincent (ou 'A Paixão de Van Gogh') é um filme biográfico (direção de Dorota Kobiela e Hugh Welchman) sobre a vida do artista holandês Vincent van Gogh, que teve uma morte prematura e envolta em algum mistério. Mais que isso, trata-se de uma produção cinematográfica original, porventura inédita para a maioria dos espectadores que a assistam. A película, de colaborativa produção britânica e polaca, contou com a participação de pelo menos 100 artistas, cujo contributo permitiu a pintura (no estilo de característico de Van Gogh) de todas as cenas que se desenrolam.

Do ponto de vista da forma, considero este filme uma magistral e dinâmica obra de arte, que abre a porta da pintura para a sétima arte, e que vem mostrar que o auge atual da técnica não tem de residir exclusiva e puramente em valências digitais, e que a mão humana tem lugar próprio nesse domínio. Em verdade não concordo com a inclusão deste filme na categoria de animação pois talvez merecesse uma categoria própria, bem como mais apostas cinematográficas neste formato, que é tão belo, elegante, e mágico. A simplicidade é a maior sofisticação, e penso que Loving Vicent é um grande embaixador dessa máxima.

Já sobre o conteúdo, o filme é peremptório no assinalar à sociedade as especiais vicissitudes da vida e morte de Van Gogh, que numa década pintou mais de 800 quadros; que só arrancou para a pintura (tardiamente) aos 28 anos; que até essa idade deambulou depressivo pela sociedade sem conseguir singrar em nada ; e que teve no irmão a grande fonte de confiança de que deveria seguir o rumo que o seu talento pedia. Trata-se de uma figura que tomou como esposa a Natureza (que tanto prezou observar e estarrecer-se), e que deixou como filhos a sua arte, hoje apreciada e influenciadora de tantos. 


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