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Sobre o teste conhecido como "fazer o quatro", sua utilidade para uma vida examinada, ornado por "Mr. Sober" (3vial Art)

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Mr. Sober - 3vial Art (2018)


"Fazer o quatro" é o nome com que popularmente se celebrizou um teste empírico a que se sujeita um suspeito de embriaguez, como tira-teima para a sua hipotética alcoolemia através da demonstração de capacidade para manter o equilíbrio físico. Porém, nesta vida, o álcool está longe de ser o único agente que nos retira equilíbrio, pelo que talvez se devesse expandir o âmbito de aplicação deste teste a outras dimensões da existência humana em que nos falta, no dia a dia, um modo igualmente prático e conclusivo de aferir o ponto de situação.

É que as tensões desiquilibrantes são constantes e controversas, variam consoante a idade e com a altitude que se ocupa na construção piramidal proposta por Maslow. Pergunto-me, na minha descomprometida curiosidade, se por acaso essa famosa pirâmide não encerrará um tipo de fraude também ela piramidal, caracterizada pelas carências da base suportarem as realizações do topo, sem que se possa garantir a sustentabilidade do processo para todos os que ambicionam à respetiva ascenção vertical. A ser assim, o desequilíbrio mora na vertigem destas diferenças de altitude.

Em todo o caso, verifico um cíclica necessidade de "fazer o quatro" e testar o meu equilíbrio, e projeto-a, enquanto necessidade humana, nos outros, que acabam por fazer em consultório, em oração, ou em encontros fugazes com a verdade. Sabermo-nos em desequilíbrio é meio caminho andado para poder atuar no sentido de compensar forças. Daí que se compreenda perfeitamente Sócrates quando defendeu que uma vida não examinada não valeria a pena ser vivida. Quem não "faz o quatro" poderá andar bêbedo e não saber, e com isso vir a tombar e "ficar de quatro" ao mais insuspeito obstáculo ou brisa.

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