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Sobre a peça 'Ovo', do Teatro de Marionetas do Porto

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'Ovo', enquanto peça de teatro, é um desafio. Fugindo aos trâmites típicos do teatro mais convencional no qual o espetador é orientado verbalmente e assim vê facilitada a tarefa de compreender as cenas que se sucedem em palco, trata-se de uma construção intencionalmente desconexa, com subpeças internas independentes a decorrer dentro da peça principal.

O ovo é um símbolo fortíssimo para as pessoas: simboliza o nascimento, o ponto de partida, a rampa de lançamento, e acarreta por isso uma relação de fascínio mas também de vincada dúvida e incompreensão. O que mora antes do ovo, o que justifica o processo de nascimento, o que pensar desse início e da forma que esse início toma?

O ovo organiza o caos: nele assenta a explicação que o homem encontrou para a origem do universo, a origem da vida, a origem das ideias, porque não. Este 'Ovo' remete para isso, para os enigmas existenciais com que todos nos deparamos toda a vez que pretendemos racionalizar os inícios de qualquer coisa, o a priori da existência.

Sendo a primeira peça após o falecimento do marcante fundador e diretor artístico João Paulo Seara Cardoso, o 'Ovo' representa também o processo metamórfico que garantirá a continuidade do Teatro de Marionetas aos ombros de outros ilustres, como Isabel Barros, nova diretor artística.

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