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Sobre Os Pilares da Terra e um ensimento que dele extraí

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Ando há algumas semanas para prestar a homenagem ao livro 'Os Pilares da Terra', do galês Ken Follet, pelo mérito em ter criado uma história tão coesa, surpreendente e cativante, sobretudo atendendo à sua dimensão. Sem entrar nos sensacionalismos que muitas vezes colam perversamente os leitores à obras, Follet consegue entrelaçar o enredo com tanta mestria, que a intercalação de cenas que promove faz com que a leitura não canse e dá ao livro uma outra envergadura.

Poderia elogiar os Pilares da Terra segundo várias qualidades que lhe detetei, mas deter-me-ei apenas num dos aspectos que ficarão para a minha vida como ensinamento. Refiro-me à personagem do prior Philip e à sua capacidade de gerir para os recursos humanos e materiais que tinha à sua disposição.

Talvez porque detete amiúde uma tendência para o descrédito nas pessoas e no que está ao seu dispôr, muito me ensinou a personagem do prior Philip com a sua capacidade de não pensar o pior dos outros e de perceber que se integrarmos as pessoas nos nossos projectos, problemas e objectivos, elas retribuem, elas participam, elas cuidam das coisas e fazem por estar à altura.

Philip faz isso primeiro com Tom, depois com Alfred, depois com Jack, a respeito da atribuição de trabalho na catedral, e faz isso também com Aliena relativamente ao negócio da lã. Philip contorna inclusivamente a perversidade que encontra nos outros servindo-se desta técnica: combate Waleran e William com a sábia capacidade de mobilizar e investir nos recursos disponíveis.

Precisamos de gente assim, gente que acredita até ao fim na condição humana, nos outros, e que investe neles mesmo sabendo que têm defeitos e imperfeições: a esperança ata os outros ao compromisso de corresponder e reaviva questões de honra e justiça interior, tão necessárias em sociedade.

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