© Erik S.
Existe um sentimento que gostava de tentar aclarar, relativamente ao se costumar pensar a respeito de voltar aos "sítios onde se foi já feliz". Quem o invoca alude a uma vontade interior de que esses sítios onde já se foi feliz possam ter algo de especial que pura e simplesmente induza novamente a esse estado.
Há nisto um quê de confusão, porque os sítios não são (nem parecem alguma vez ter sido) responsáveis pela felicidade das pessoas. Eles são, sim, cenários e palcos para o desenrolar da felicidade. Podem contribuir com estímulos agradáveis e prazerosos, mas isso também as pessoas que contigo se dão, as que te visitam em pensamento ou até aquelas com que sonhas à noite.
Ao revisitar tais locais, o que as pessoas procuram é reviver estados de espírito que tiveram como palco/cenário esse sítio visitado. A magia desses lugares está mais nas próprias pessoas do que em qualquer outro lado.
Note-se que o contrário também é válido: sítio algum é responsável por maus sentimentos. Novamente, é nas pessoas que os sentimento moram, logo é igualmente interessante, enquanto experiência de vida, voltar aos locais onde já de foi infeliz, e verificar como estes podem muito bem não conseguir levar-nos a reviver essa infelicidade (tal e qual sucede com os sítios de felicidade) porque os sentimentos jogam-se num plano que não se esgota na dimensão material do mundo.
Sem comentários:
Enviar um comentário