Balancing pencil - Abelardo Morell -(2002)
Levar uma vida virtuosa não é pêra doce. Só com um permanente esforço de contenção e um exercício incessante de atenção é que não tropeças no pior de ti mesmo e dás azo à manifestação de caprichos e manias que tu, como qualquer comum dos mortais, sempre vai tendo.
O traço que define neste preciso momento a vida que levas é escrito por um de dois marcadores: há um lápis divino que delimita aquele que é caminho dos princípios morais, da ética, da inspiração, enfim, do melhor o homem tem dentro de si; e um lápis rasteiro que te impele a um falso benefício que tem como consequência a animalização do modo como funcionas, alimentando o teu ego com a ilusão a posse e justificando as tuas imperfeições como inevitabilidades. Enquanto lápis que são, fazem marcas bem distintas na tua vida, e de certo modo definem uma linha de onde se consegue divisar o bem e o mal do mundo e o melhor e o pior em ti.
Ora, como celebrizou uma publicidade recente, existe uma linha que separa a vida virtuosa do ruído que é tudo o que transcende a virtuosidade. Essa linha é mais fina e difícil de detectar do que a linha do lápis terreno, mas o que é facto é que existe e está presente a todo e qualquer momento do nosso dia. Saber vê-la e conseguir pisar o caminho da virtude que a cada segundo vai sendo por ela definido, é o verdadeiro e derradeiro desafio do homem que já acordou para o desafio que é Ser.
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