Portrait of the Artist Testing the Wind - Robert Arneson (1968)
Deixar uma marca no mundo é quase inevitável. Badala-se este objectivo como se fosse algo restrito para um conjunto de privilegiados, quando, em verdade, pela ação como pela inacção, pela actividade como pela passividade, o mundo sempre acaba por ser por nós marcado e por reflectir o produto directo da nossa existência.
É sobre a qualidade dessa marca que precisamos de conversar. Importa ter um critério definido sobre a mesma, e é esse critério que não raro faz a diferença entre as pessoas exibirem um carácter forte ou fraco, bem como sobre o impacto positivo ou negativo que têm junto dos outros. Que marca é preferível deixar no mundo? Certamente a que se pode, sendo certo também que nem sempre se pode a que se quer. Porém, não há desculpas quando estamos a falar de coisas que dependem apenas de nós para se edificarem.
Podemos impactar o mundo com a marca exclusiva do que nos apetece (os desejos do eu animal, ego-ísta), ou com a marca que a nossa consciência (voz interior) dita, ou, ainda, com a marca que a sociedade (e o marketing) planeia que deixemos. Se não chamarmos a nós a escolha, focando-a na opção que consciência constitui, concentraremos a nossa marca no mundo em torno do o nosso ego ou do ego da sociedade em que vivemos, com claros prejuízos para o potencial (transcendental) que nos cabe cumprir enquanto viventes.
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