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Sobre o Outono e a limpeza necessária do que é (no Homem) caduco

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Quando chega o Outono, as estruturas mais rígidas dos vegetais revelam-se na totalidade como consequência direta da perda de folhagem, o que permite àqueles que as olham perceber quanto do volume exibido era, em verdade, meramente aparente e conjuntural.

Todo o homem vive também o seu Outono, ciclicamente: períodos de mudança de conjuntura que surgem para pôr a nu os despojos fruto do aparente na vida da pessoa. Momentos como esses são oportunidades de ouro de recentrar a existência, para nos fazermos incorrer no verdadeiro desenvolvimento, aquele que uma vez atingido muito dificilmente se volta a perder, de consequente que é.

Qualquer jardineiro sabe por experiência própria da incontornabilidade de ter acondicionar os volumosos resíduos vegetais que caem a cada Outono. Ele procura-os à volta dessas estruturas perenes que são os troncos, e é nesse círculo que privilegiadamente terá de varrer e coletar.

Também o homem, nos Outonos que tenha de viver, acabará por esclarecer-se sobre qual o tronco ou eixo da sua própria existência, e feita essa descoberta terá de varrer no círculo à volta, limpando-se do que são meros adereços conjunturais (vícios, ideias sem potencial, memórias dolorosas, medos) que mais cedo ou mais tarde degenerarão em resíduos, perdas de vigor e fontes de problema.

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