Não é porque se acena com a liberdade regimental, que a pessoa se sente livre na sua esfera de existência. E uma pessoa que não se sinta livre, terá como destino não ser efectivamente livre, com todas as consequências que isso comporta relativamente ao revelar ou exponenciar o seu potencial.
Pode sentir-se refém de constrangimentos exteriores, os quais agem sobre si mesma como vetores de adiamento de caraterísticas vocacionais. A ausência prolongada de oportunidades para revelar o que mora dentro de cada pessoa pode erroneamente suscitar nos outros a ideia de que uma pessoa nada tem para revelar. Desconfie-se de tais fantasias.
É preciso liberdade para manifestar características latentes, e pode dar-se o caso de não se saber orientar a existência de modo a facilitar o despontar dos talentos naturais, ou então o de não se encontrar um ecossistema favorável para tal intento. Daí também o papel do isolamento perseguido por muitos artistas. Daí o papel da mudança de vida, de local de trabalho, de cônjuge, de tudo o que der para mudar sem estorvo de maior, nos dias de hoje. A mudança põe a nu o que é volátil e delimita o que é perene, criando nesse adelgaçar de volume a motivação para um auspicioso e revitalizante reinício.
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