Quando se procura viver um vida com Arte, uma vida no encalço da inspiração e sua prole, da divina centelha que incendeia de Vida tudo o que palpa, é imprescindível cultivar a constante vibração da alma, para que em tudo o que se toque física, emocional ou mentalmente, se possa manifestar a respectiva essência, o Belo que em si mora.
Não me espanta que muitos dos homens que abraçaram e continuam a abraçar o caminho da Arte (ou por ele foram e são abraçados), tenham sabido encontrar no sexo feminino musas de inspiração, quais fontes permanentes de manifestação do Belo e, como tal, proporcionadoras de uma também ela permanente vibração das suas almas. É um sentimento bem distinto da paixão sexual, é um apelo muito forte à dimensão superior da existência, à esfera dos ideais, e que encontra na forma e delicadeza feminina um receptáculo por excelência, que a natureza bondosamente dotou o homem de capacidade para apreciar.
Só quando bem vincada, no trilho de vida de um homem, a consciência de que persegue o Belo e não a dimensão instintiva primária e testosteronal, pode o sentimento que lhe preside abandonar a dimensão finita de uma consumação sexual para adquirir o mágico arrebatamento transcendente que sempre resulta quando se contempla um arquétipo vestido de corpo de mulher.
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