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Sobre a guerra Síria, e o problema da crónica falta de empatia (e do colossal tamanho dos umbigos) de quase todos os decisores políticos da atualidade

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Study for Prophets #2 - Rob Matthews (2015)

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Há algum tempo que estou para escrever algumas palavras por Aleppo, e pela estranha guerra na Síria. Fui, no entanto, retardado por uma falta de clarividência, entretanto superada, porque percebi por que ponta devo afinal atacar este assunto.

Em tempos redigi uma reflexão intitulada "Sobre porque é que ler importa", na qual enalteci a tese de que "a leitura não é apenas um acto de literacia, envolve igualmente o desenvolvimento e aprimoramento da empatia: quando se lê um livro, o cérebro personifica a acção descrita como se fosse o próprio indivíduo a fazê-la. Isto leva a que se estimule a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro e de pensar como ele. Trata-se do oposto do que sucede com o autismo."

Sou levado a acreditar que o Ocidente poderia ter feito e estar a fazer muito mais por este problema, não à escala do cidadão, a quem cabe ser operário dessa sociedade nas suas funções profissionais, mas à escala daqueles a quem cabe cuidar das relações entre as nações. Arriscaria dizer que falta empatia e sobra autoreferência nos líderes que temos. É um mal que afecta líderes russos, norte-americanos, europeus, mas também árabes e asiáticos. No contexto de uma guerra desta natureza, só consegue dormir à noite quem está amputado da sensibilidade para sentir como seus as dores e dramas dos outros. De resto, a guerra síria é uma demonstração mórbida e trágica da crónica falta de empatia dos decisores, e do tamanho dos seus umbigos. Nada mais.

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