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Sobre a interacção com os velhos

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Estando à vontade para falar do assunto, retrato hoje o usufruto que qualquer jovem pode naturalmente aceder pela interacção, contacto e envolvimento com todos aqueles que designamos idosos, por puro eufemismo respeitoso.
Contrariamente a uma possível leitura apontando para um acréscimo de relacionamento entre jovens e velhos, devido ao crescimento da fatia destes últimos na sociedade, a minha sensibilidade diz-me exactamente o contrário, que se assiste sim a uma diminuição de contacto entre as duas gerações.
Aparentemente incongruentes em estilo, ideais e energia, velhos e jovens têm muito a aprender e repreender mutuamente, extraindo do convívio ganhos concordantes com as necessidades de cada um.
Se dos jovens, os velhos podem ser impelidos a mais dinamismo e esforço mental para saudar e acompanhar correntes mentais mais desafiantes e rebeldes, não menos verdade é afirmar que os jovens, através do velhos, domam a rapidez com que pautam os seus actos e decisões, a jeito de contrariar suas leviandades, e podem sempre ganhar noções de civilidade, comungar com as preocupações daqueles que vivem as últimas décadas e que sofrem os efeitos das vicissitudes de toda uma vida.
Parte de mim, hoje, é produto da interacção velhos-novos, concretizada mormente pelos laços de avós e neto, retendo comigo ganhos ao nível da maturidade provenientes dessa relação.
Nem todos poderão procurar estas ligações nas famílias, já se sabe, mas atentamente se descobrem velhos um pouco por todo lado, sempre observantes e expectantes por um contacto qualquer que lhes permita travar diálogos.
Alguma da minha inadequação à juventude, nos tópicos gerais da sua existência, parte de uma ponte de ligação mais pronunciada ao lado de quem nos vê com olhos mais enrugados, cujo barulho é só o de quem se preocupa e quer evitar complicações.

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