Aproveito para encerrar esta sequência inédita de intervenções acercando um tema único, com uma abordagem de um aspecto que muito me fascina no capítulo do amor, para o qual, refira-se, parcas são as minhas palavras.
Por se tratar de muito mais do que um escasso sentir, o amor impregna-se de timidez, sendo a libertação dela o primeiro passo rumo ao seu cessar. Nada acalenta tanto o espírito como o poder atribuir respostas a impasses ou a cenários ricos em sinais dúbios o suficiente para não serem factos. A timidez gera mistério. O mistério é um provecto pai do interesse e do cultivo de imaginação.
A timidez afecta ao amor, é, quanto a mim, o verdadeiro motivo para o nascimento, cultivo e concretização do amor. O acto sexual não é em si um fim do amor, pelo menos não o é aquando órfão do revestimento próprio capaz de audaciosamente gerar na mente uma vontade para a sua consumação.
É da inexistência de timidez que irrompe a tendência possessiva para invadir todo o espaço do objecto amoroso, pretendendo-se ser dono de todos os achares, todos os suspiros, todos os pensares e os quase pensares do amante. No âmago de um querer confluir totalmente para a fusão espiritual e corpórea do amor, sepulta-se a timidez e avança-se com rapidez exagerada, alheia a pequenos sabores, dispersos por pequenos detalhes afectos à conquista, convencimento, informação ou execução. A perda do mistério, cada vez mais realidade, atenta contra o estado superior dos humanos, outrora comprovado pela forma condigna com que entre amantes reinava o respeito pelo manancial de riqueza condensado na pessoa de cada um. Dificilmente encontro resquícios desse amor com timidez, aglutinado perante o despropósito da nova corrente do amor rápido e sem rodeios, motivo suficiente para distanciar os mais cépticos. Ainda haverá quem pense na façanha do amor a roçar a racionalidade? Ou não há coragem para o procurar?
Por se tratar de muito mais do que um escasso sentir, o amor impregna-se de timidez, sendo a libertação dela o primeiro passo rumo ao seu cessar. Nada acalenta tanto o espírito como o poder atribuir respostas a impasses ou a cenários ricos em sinais dúbios o suficiente para não serem factos. A timidez gera mistério. O mistério é um provecto pai do interesse e do cultivo de imaginação.
A timidez afecta ao amor, é, quanto a mim, o verdadeiro motivo para o nascimento, cultivo e concretização do amor. O acto sexual não é em si um fim do amor, pelo menos não o é aquando órfão do revestimento próprio capaz de audaciosamente gerar na mente uma vontade para a sua consumação.
É da inexistência de timidez que irrompe a tendência possessiva para invadir todo o espaço do objecto amoroso, pretendendo-se ser dono de todos os achares, todos os suspiros, todos os pensares e os quase pensares do amante. No âmago de um querer confluir totalmente para a fusão espiritual e corpórea do amor, sepulta-se a timidez e avança-se com rapidez exagerada, alheia a pequenos sabores, dispersos por pequenos detalhes afectos à conquista, convencimento, informação ou execução. A perda do mistério, cada vez mais realidade, atenta contra o estado superior dos humanos, outrora comprovado pela forma condigna com que entre amantes reinava o respeito pelo manancial de riqueza condensado na pessoa de cada um. Dificilmente encontro resquícios desse amor com timidez, aglutinado perante o despropósito da nova corrente do amor rápido e sem rodeios, motivo suficiente para distanciar os mais cépticos. Ainda haverá quem pense na façanha do amor a roçar a racionalidade? Ou não há coragem para o procurar?
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