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Sobre os animais de estimação

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Os animais de estimação são tipicamente animais de projecção. A estimação deve-se, de resto, à projecção, que nada mais é do que a tendência que os seres humanos têm para dotar seres irracionais ou mesmo objectos inertes de vida, de características humanas, fantasiando-os como se de seres humanos se tratassem.

O balanceamento deste comportamento é que determina se somos uns patetas ao ponto de pôr os animais a comer à mesa connosco, ou se os vemos como um fim para ganhar dinheiro ou fazer testes científicos, sem grande respeito e ética.

Quando pego numa peça de fruta e tento usá-la como isco para que o meu cão deixe o sofá e volte para fora de casa, não lhe dando a peça de fruta obrigatoriamente depois de ele cumprir com aquilo que eu desejava, julgo ser interdito pensar que o animal pode ficar zangado ou triste com a desfeita que lhe fiz. Num primeiro momento, desatento, pode até surgir esta ideia, mas logo a seguir há que pensar que se trata de um cão, um ser irracional que nem sequer tem consciência de que existe. Não se pode confundir este tipo de raciocínio com a ideia de não se gostar ou tratar correctamente dos animais de estimação.

As pessoas dos ambientes rurais constituem nesta matéria um exemplo esclarecedor da situação, visto que têm um entendimento dos animais ditos de estimação bastante mais enquadrado com a realidade: não permitem aos animais de estimação o estatuto de seres humanos, estabelecendo naturalmente um papel de dono que lhes confere a responsabilidade pelos mesmo. Aqueles que dotam os seres de estimação de propriedades humanos a ponto de os interpretarem e considerem um filho ou uma criança, estarão certamente mais perto do comportamento condenável de irresponsabilização perante os estragos ou problemas que o seu animal possa causar.

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