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Sobre o compadrio na crítica entre estudantes

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98479dJLI_wNo universo escolar institui-se uma certa filosofia na qual se entende que se deve preterir ao máximo fazer considerações sobre o trabalho de outros colegas na presença dos professores. Por esta via sustenta-se uma compadrio ou solidariedade, como queiram, entre alunos, que se encobrem mutuamente e identificam como que o inimigo comum: o professor.

Espanta-me, aborrece-me e irrita-me que assim seja. Permitir que se chegue ao nível universitário e haja este corporativismo doentio que inibe os colegas de se comentarem livremente, mutuamente, é um grave sinal de imaturidade e falta de entendimento sobre a importância da crítica e da argumentação para o sucesso das coisas.

Claro está que é condenável que colegas de trabalho do mesmo ramo, instigados pela inveja, vingança ou malícia, se critiquem num modelo de deitar abaixo a todo o custo o trabalho realizado.

No resto, não só não admito promover essa filosofia como me chateio com quem o faz. As escolas falharam e continuam a falhar no ensino da postura certa perante as coisas, sobre o  receber as críticas como oportunidades de brilhar pela via da resposta e como força motriz do crescimento individual e da evolução mental.

Os formandos de qualquer curso, ainda para mais do âmbito universitário, não podem esquecer que se encontram numa fase de preparação para um mercado de trabalho que está longe de ser conivente com este tipo de facilitismos confortáveis, como é, vendo bem, esta prática de ferir a liberdade de expressão para não ferir susceptibilidades.

Aliás a juventude portuguesa tem este traço caricatural, que é ninguém falar quando se dá tempo de antena para o efeito. Depois, quando as atenções se voltam para outros, aí sim começam a falar, desenfreadamente, até, com multiplicação de juízos de valor. Lamento este desencontro de perspectivas, mas não sou assim, nem quero ser.

2 comentários:

  1. Os homens pequenos refugiam-se no silêncio, quando o êxito dos seus semelhantes os incomoda.
    Os grandes homens fazem questão de enaltecer as qualidades dos seus semelhantes.
    Cada vez se ouvem mais silêncios e menos reconhecimentos, porque o mundo tende a ser dos homens pequenos.
    A fraqueza de carácter cresce assustadoramente!

    Amistosos cumprimentos, caro Marcelo Melo.

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  2. Simplesmente para dizer que fui eu que cliquei na parte inferior do texto,mais concretamente no desenho que se refere ao "eu discordo".

    Abraço

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