Procurar:

Sobre os prognósticos para a vida

Share it Please

32080mtuk_w A determinado ponto da vida, sempre surge a ocasião de se pensar no futuro. Ou por desânimo, ou por êxtase, ou por morte, ou por vida, a formatação nervosa conduz as sinapses para um parecer temporal.

A noção de tempo é certamente responsável pelas preocupações do homem neste capítulo. Pensar na velhice, pensar na doença, pensar na morte de alguém que hoje parece insubstituível, pensar na degradação física dos tecidos epidérmicos, tudo exemplos da fava que a qualquer um poderá calhar.

Sem saber perfeitamente porquê, estes prognósticos decorrem com ímpar preferência pelo rolo de eventualidades negativas que sabemos poderem vir a ser realidades.

Não pensamos no nascimento de um filho ou primo, mas pensamos mais facilmente na morte de um deles. Não pensamos na possível saúde centenária de um velhinho querido, antes numa hipotética tragédia patológica.

Não pensamos num envelhecer a dois, mas numa viuvez qual calvário.

Sobrepõem-se os exemplos que comprovam a carga pessimista em que trabalha o cérebro, condensando receios legítimos mas totalmente selvagens, os quais podem conduzir a tensões exageradas se concordarmos que tais pressupostos negativos, ainda que possíveis, são resultados probabilísticos de fraca asseguração.

Invertamos a perspectiva, pensando agora no sentido tem viver a vida concedendo que regularmente se vá sofrendo por conta em cenários arbitrários como estes, que com a dose certa de crédito podem fazer desmoronar um presente feliz e tranquilo. Afinal, alguma vez deixou de rir só porque premunia que viria a chorar? Sem atenção e cuidado, cair nesta teia de sentimentalismos baratos pode ser um passo curto. Basta coincindir com uma fase descendente de confiança ou motivação que a depressão bate à porta, qual visita inesperada mas incontornável. Não espanta a quantidade de livros de auto-ajuda existente, há um mar de lágrimas e arrepios a evitar imperiosamente.

1 comentário:

  1. viver sem prognósticos é esvaziar a vida de sentido.
    Prognosticar desgraças é morrer prematuramente.
    Prognosticar sucessos é viver.
    Termos confiança nas nossas capacidades é, decerto, um dos maiores bens.
    A vida é cheia de armadilhas. No entanto, serve a juventude para nos preparar a reconhecê-las, e equipar-nos com os meios, pelos quais as possamos ultrapassar com êxito. Porque o sucesso tem de estar sempre no horizonte de cada um de nós.
    No entanto, mesmo com uma vida cheia de sucessos, todos estamos convictos de que um dia, daqui a muitos anos, ou daqui a poucos minutos a morte é, inexoravelmente, o nosso destino. Então, nascer para morrer? Faz sentido?
    Qual o sentido da existência?

    Cumprimentos.

    ResponderEliminar

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...