Procurar:

Sobre uma lógica para a justiça

Share it Please

349938ChJG_wO que fazer com um ser humano, exemplar da nossa espécie, que comete actos passíveis de ser encarados como atentados à vida e à paz?

Os tribunais propõem-se regular a interpretação dos supostos atentados e dar-lhes sentença, baseando-se em construções oficiais de natureza moral e ética que nada mais são do que o produto (colectivo) de uma tábua de regras que confere a cada falta idealizável uma respectiva punição. É pertinente perguntar porque evolui a sociedade para uma perspectiva de antecipação dos atentados à vida e paz assente num código legal, mas não se serve dessa clarividência que permite antecipar as formas de atentado para construir um sistema de prevenção eficaz. Será o género humano de tal forma ímpar que a batalha da prevenção dos atentados à vida e paz, os crimes, portanto, é uma batalha perdida à nascença? Porque não conseguimos prevenir as maldades que conseguimos prever ao ponto de escrever regras que as alocam a penas que vão da subtração de bens materiais à privação temporária ou perpétua da liberdade, quando não mesmo à privação da vida do faltoso?

E ainda o que dizer dessas penas? Quem é de fact o o responsável por elas, quem dá a cara pela própria justiça das penas? Pergunto-me ainda quem é que deveria ser julgado por permitir que uma sociedade, incapaz de prevenir crimes que consegue prever e legislar, possa personificar-se em absoluto num tribunal, o qual decide privar da vida um ser humano que cometeu um atentado contra a vida de outrem? Matar quem matou para mostrar que matar é mau. Mas então não haveríamos de matar quem matou quem aquele que matou para mostrar que matar era mau? Seria a morte da sociedade toda, pois é supostamente esta quem rege e determina o código legal que pretende adoptar para a tribo que representa. A discussão sobre a génese do mal e sobre se os atentados contra a vida e a paz são indissociáveis do homem, não podem ser de forma alguma esquecidos só porque existem edifícios onde se sentencia o que não se previne.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...