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Sobre a desintoxicação da tecnologia

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170197tYCX_wEm tempos que lá vão a leitura do livros Os Filhos da Droga, relato em primeira pessoa de uma toxicodependente, garantiram-me uma decisiva atenção,preocupação e sobretudo aversão às dependências de estupefacientes e psicotrópicos.

Eis que uma avaria num computador lançou-me em reacções de vazio, seguidas de busca desenfreada por reaver a quase todo o custo a tranquilidade que me dá o meu computador pessoal devidamente ligado e com acesso à rede.

Qualquer tutor de um jovem tem por princípio o alerta para a realidade das dependências, como caminho a evitar, mas muito dificilmente se dará conta, quanto mais alertar, de que a tecnologia vem-se tornando num autêntico vício.

A tecnologia é um bem necessário, mas assim como já antes alertei para a necessidade de haver uma educação que acompanhe a encontro da tecnologia com as massas ávidas por a consumir, a inexistância de mecanismos que funcionem como autênticas válvulas de escape à tecnologia, levando a que esta vicie e atinja patamares de indispensável préstimo, cada vez maior sideração se cria perante a arrebatadora e inquestionável utilidade que a tecnologia tem.

Este género de ressaca que senti e que aposto outros terem já sentido sempre que dos seus telemóveis, carros, consolas, máquinas de cortar relva se privaram num momento em precisavam, porque sempre precisa quando se está viciado, levou-me a acreditar que de facto é legítimo pensar-se numa silenciosa e profunda alteração do cerne humano por parte da tecnologia.

Conversando sobre a questão, torna-se óbvio que o ser humano não depende de um computador ou telemóvel para sobreviver, tenho por certo que todos concordarão, mas basta passar um punhado de dias sem algum desses dispositivos, e note-se que cada um tem os seus a que é mais apegado, para a realidade contrariar ideias que afinal estavam era por testar, sinal de que esta toxicodependência da tecnologia está latente e que no limite por motivos de orgulho se quererá assumir.

E se a droga é mais facilmente detectável e de mais aparatosa administração, somos de certa forma cegos à tecnologia, não dando conta dos limites quanto mais dos seus sintomas.

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