Procurar:

Sobre a força do Natal

Share it Please
24165_w
Poucos eventos têm a força do Natal. As pessoas preparam-se para uma celebração que há muito extravasou e se emancipou da mera comemoração religiosa, tal como a religião outrora se apropriou do mesmo evento, de raízes pagãs e na altura com outro significado.

E se é verdade que a religião precisa do Natal como veículo de promoção e de aprofundamento de crença, não menos o é que a larga maioria dos católicos, praticantes, não praticantes, adiados ou esquecidos, pouco quer saber da religiosidade do evento perante as exigências de organização, económicas e logísticas que esta quadra imprime.
É fácil admirar o Natal, há tantas perspectivas por onde principiar uma análise que só por excepção faltará o que dizer. Eu cá decidi valorizar a importância do evento para a coesão das famílias, para a união e fortificaçáo dos laços genealógicos, pois poucos eventos de índole positiva têm a faculdade de reunir a consanguinidade da forma que o Natal o consegue.

Mais do que a suspeita generosidade da época, naturalmente indexada ao estado financeiro do país, aquilo que me excita é reunir, nem que por um serão apenas, diferentes gerações da mesma família, concentradas no único propósito de conviver.


Numa época em que as famílias têm sido severamente castigadas quanto à sua coesão e continuidade, resultante da quantidade de casamentos interrompidos, de uma vergonhosa natalidade, de algum egoísmo e desrespeito pelos membros mais idosos, é possível ver o Natal como incentivo e desafio à manutenção da família enquanto instituição pilar do equilíbrio social.

Faço votos que o vosso Natal possa prenunciar-se tão quente, envolvedor e excelso como o meu.

1 comentário:

  1. retive as expressões:«casamentos interrompidos, vergonhosa natalidade». Todo o texto é soberbo,mas estas duas expressões são de uma verdade assombrosa. Plenamente consonantes com o meu pensamento, que sou um homem de 52 anos, que profundamente se admira com as conclusões de um jovem.
    Na realidade, a monstruosidade comercial em que o natal se transformou,reflecte a decadência moral em que caiu a nossa sociedade. Existe em Portugal uma «vergonhosa natalidade», porque os casais jovens estão demasiados ocupados com os altos e dignos valores que orientam as suas vidas: o consumismo exacerbado, nas suas variadíssimas vertentes e a inexistência de decência. Tudo somado, resulta numa natalidade vergonhosa. Me perdoem os jovens que não merecem estas palavras. Ainda existem!
    Felizes os que, hoje em dia, conseguem reunir à volta da mesa da consoada várias gerações da mesma família.
    Marcelo Melo, que o ano de 2009 se traduza na concretização dos seus maiores e mais secretos sonhos.
    Você é um jovem de excepção. Muitos assim, e Portugal iria no caminho do VERDADEIRO desenvolvimento.

    ResponderEliminar

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...