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Sobre a despreocupação na privacidade

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160659cHjG_w A dádiva de dados pessoais anda à solta. Devota-se muito pouca preocupação às contrapartidas que as empresas exigem em formulários cansativos de preencher, sob a bandeira de constituirem informações cruciais sobre o cliente.

Hoje barateiam-se informações pessoais na rede, mas não só, sem que as pessoas sintam o devido peso inerente a essa partilha de dados sobre a sua pessoa. Movidas pelo fim que têm em vista, os meios nem sempre são devidamente interpretados e analisados à luz do respeito pela confidencialidade.

Permito-me pensar que as empresas, cuja caracterização passa comummente pelas designações de sociedade anónima ou pessoa colectiva, exigem aos clientes aquilo que não são capazes de dar: identificação e identidade. Aquelas cuja actividade tem uma morada permitem que se saiba algo sobre elas, contrariamente às empresas da rede em que por uma infinidade de funcionalidades aliciantes nada dão em troca sobre elas.

Alicia-se com descontos os clientes e induz-se à fidelização pela criação dos conhecidos cartões de clientes, autênticos pretextos para lhes saber a morada que será entupida com publicidade, rendimento mensal, que servirá para avaliar a propensão a créditos e pagamento a prestações, entre outros: tudo isto por uma percentagem de desconto nas compras.

Todos os que detêm contas de correio virtual recebem diariamente lixo não solicitado, que resulta da forma leviana com que introduzimos dados pessoais, no limite só o endereço de e-mail, um pouco por aí, numa actividade que seria semelhante a andar pelas ruas com cartões de identificação a dar a qualquer pessoa que víssemos.

As preocupações parentais advêem também desta fragilidade, visto que se nem eles estão a salvo dos ataques furtivos da dádiva de dados confidenciais, quanto mais os seus rebentos.

Abstraímo-nos, também, de que o acesso à rede se concretiza por meios telefónicos, e que também aí existem registos de onde se pode monitorar a actividade de cada um.

Chegará o tempo em que a sociedade ganhará uma maior sensibilidade a estas facadas na privacidade, porque agora ainda andará iludida com as facilidades de usufrir aparentemente de graça de um largo espectro de serviços e facilidades que usurpam subtilmente a identidade para fins nem sempre claros e saudáveis.

2 comentários:

  1. Abordando um tema pertinente nesta era de internet e globalização, das a conhecer aos teus leitores e aos demais, a importância da privacidade nas nossas vidas. Cada vez mais, tanto empresas como outras pessoas, sabem cada vez mais a respeito uns dos outros. Isto consequentemente trará uma perda de privacidade que resultará numa perda de liberdade pessoal. Bom tema, e bem abordado. Parabéns

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  2. Caro Radar,

    Agradeço a tua crescente participação no 3vial.

    Agradeço-te ainda o elogio e os parabéns.

    Conforme sabes, portais do chamado networking, como o hi5, o Orkut ou o Facebook são expoentes de perca de privacidade a troco da ilusão de que se tem os amigos todos juntos.

    Tudo o que é formulário tende a perguntar mais do que deveria: alguém sabe explicar porque motivo interessa, a uma loja de roupa, a profissão ou data de nascimento do cliente?

    Nunca é por bons motivos, há sempre um fim comercial por detrás dos dados recolhidos.

    Marcelo Melo

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