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Sobre os americanos, os europeus e o empreendedorismo

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Os americanos conseguem detectar nos europeus um pudor de errar. Olham para o lado de cá do Atlântico e verificam que as pessoas tentam atingir a excelência pela via da inexistência de máculas.

Eles afirmam que por lá um indivíduo pode cair e levantar-se várias vezes sem que as pessoas o tomem por tolo, medíocre, coitado. E ainda que os jovens têm mais condições para se servirem da sua criatividade no processo de criação e tentar pôr em prática o que engendram.

Por isso verificam que incorremos no risco de ser autómatos e seguir os padrões culturais que trilham a forma como se fazem as coisas, mais do que eles. Têm a seu favor o facto de serem a nação que mais encuba ideias no mundo, pese embora o seu favorável tamanho territorial.

Sou levado a aceitar estas críticas, notando que existe uma certa ortodoxia comportamental crónica, europeia, que leva a que o empreendedorismo europeu não seja efectivamente a mesma coisa que o empreendedorismo americano.

As pessoas valorizam desmesuradamente percursos repletos de sucesso, gente que é um ás a tudo, gente que não comete erros, gente que nunca falha. É assim na escola, é assim no trabalho, é assim na política, é assim. Ora é precisamente este conceito de sucesso que fere as hipóteses de sermos empreendedores como os americano.

Soaram ecos de empresários que se queixam disso mesmo, considerados responsáveis pelo desemprego, sem que se realce que foram eles quem correu riscos, quem se expôs ao perigo de falhar para conseguir empreender algo. O pessimismo com que vemos as falências da empresas mostra bem a nossa inadequação ao propalado método de tentativa e erro americano.

O nosso conservadorismo faz-nos subservientes do empreendedorismo alheio. Aonde estão as rampas de lançamento para que qualquer cidadão possa tentar pôr uma ideia ou um projecto em prática? Basta ver como nos ligam, da banca, a perguntar se precisamos de uns trocos para comprar uma televisão gigante ou um carrito a gasóleo, mas não há memória de haverem perguntado se era preciso dinheiro para montar um negócio, da mesma forma despreocupada com oferecem dinheiro para o consumo convencional.

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