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Sobre os concursos literários

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Por mais do que uma ocasião terei pesquisado sobre concursos de literatura, onde me pudesse inscrever de forma a mostrar o trabalho que desenvolvo de espontânea vontade e motivação própria.

Esbarro num aspecto decisivo: a categoria em que se insere aquilo sobre o qual escrevo.

Estas competições para a juventude poder mostrar os seus dotes, não me serve porque eu não me dedico à ficção. Enquando leitor, gosto desse género mas não me sinto tão motivado para construir enredos hipotéticos cuja finalidade seja meramente artística e de entretenimento.

Porventura seja pertinente perguntar-se porque motivo escasseiam ao ponto de inexistir, perdoe-se-me a ignorância caso se esteja redondamente enganado, iniciativas que visam premiar produções não-ficcionais, mais concretamente reflexões, produzidas por jovens. Conformo-me cada vez mais com esta lacuna, ao ponto de correlacioná-la com a falta de apetência dos jovens para pensar no estado das coisas, para encontrarem um rumo certo sem terem de experimentar os errados ou mesmo com alguma imersão em temas estéreis do ponto de vista reflexivo. De onde partem, hoje, os estímulos para produzir material literário com base na observação, interpretação e discussão do mundo?

Uma parte dos jovens que conheço e que têm de alguma forma uma afinidade com este género, enveredou pela política, em alguns casos concretizada pela afiliação partidária, como forma de progredir e ganhar créditos neste tipo intervenções. A política é um universo apetecível, mas constitui uma forma de tornar particular este género de escrita, senão repare-se em como a política, enquanto tema único, restringe largamente as reflexões. A fraqueza da política é que absorve os temas mediante o seu interesse momentâneo, sendo as reflexões dessa natureza movidas ao mediatismo instantâneo.

Estou por assim dizer condenado a não poder competir com outros escritores, formalmente, o que é mau porque seria bom de ver, já que as críticas a reflexões dão muito mais luta do que as considerações subjectivas inerentes à arte, das quais me subtraio terminantemente.

Em suma, aguardo a criação de um género literário compatível com o meu estilo de escrita, caso contrário terei de o inventar à minha maneira, cada vez mais.

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