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Sobre a diferenciação como filosofia de vida

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A conjugação de algumas leituras sobre a globalização com o vínculo a que me submeti no final do ano transacto com uma associação de desenvolvimento pessoal, conduziu-me a um discurso promotor da diferenciação das pessoas.

Para aqueles a quem os estudos conseguem ser agente de diferenciação, pessoas que se destacam pelo seu mérito escolar, há que investir na manutenção desse estatuto.

Para todos os outros, a não diferenciação pela via dos estudos implica tão-somente o seguinte: necessidade de procurar veículos alternativos de diferenciação.

Instado a responder sobre o que o faz diferente das demais pessoas, qualquer um deve saber identificar a sua particularidade, o ponto nevrálgico que o emancipa do padrão, do banal, do previsível.

Estou cada vez mais convicto do ideal de procurar a diferença, perspectivas de existência desfasadas do todo, que tanto podem surgir pela via do pensamento, assumindo posições não convencionais, como pela via do estilo de vida e hábitos, adoptando passatempos ou rotinas menos comuns.

Os estudantes batalham pelas médias ao ponto do absurdo, talvez porque pensem que seja essa a sua via de diferenciação, mas porventura por não verem nenhuma outra. Ficam à mercê daquilo que as suas vidas, excluindo os resultados escolares, proporcionam ao processo de diferenciação. Poderão alegar ser diferentes porque as suas vidas têm de facto algo de inusitado, mas há que perceber que não se pode ficar à espera dos arranjos da vida, eventos aleatórios, para se responder cabalmente à questão “o que é te faz diferente?”.

Mais, pior do que não ter consciência do que se pode fazer ou não pela diferenciação, é desconhecer aquilo que já se fez. Só colocando a supracitada questão frequentemente a nós mesmos é que podemos estimular a procura de respostas e a consciência do que somos.

E se num primeiro momento poder-se-á pensar que a diferenciação é um conceito submisso às entrevistas de trabalho, em suma à obtenção de emprego, e como tal não é nenhum objectivo de vida, talvez valha a pena pensar na importância que tem para a felicidade ou saúde mental do indivíduo perceber a exclusividade da sua serventia para a sociedade, a história até agora virgem de uma existência possível.

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