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Sobre o ciclo da juventude e velhice

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As relações entre os jovens e os menos jovens segue uma dinâmica perfeitamente desenvolvida, que tem vindo, nos últimos tempos, a ser aldrabada, como resultado das condições da vida moderna, da falta de consciência e de algum manifesto egoísmo.

Um adulto que pegue num bebé recém-nascido da sua família, dar-lhe-á certamente carinho, amor, enfim, preencherá um espaço reservado ao afecto familiar, que visa guarnecer a vida do petiz com tudo aquilo que precisa para se desenvolver de modo saudável a nível social e emocional.

É involuntário pensar que esse mesmo bebé poderá um dia ter a seu cargo a função de cuidar ou acompanhar estes familiares seus que outrora colo lhe deram, fechando um ciclo, natural, no qual os jovens de hoje crescem com ajuda dos velhos de amanhã, os quais por sua vez dependerão desses jovens de hoje, que na altura já serão adultos, para viverem as respectivas velhices.

Assim como quando nasci sei ter sido acarinhado e estimulado por adultos que me queriam bem, a mesma noção existe quando penso no meu papel presente e futuro, que será acarinhar e estimular aqueles que um dia de mim cuidaram, contribuindo para o fechamento desse ciclo natural que referi.

Debruçando-me um pouco mais sobre esse ciclo, diria que as coisas, na nossa sociedade, têm corrido bem quando a etapa em causa é a de acarinhar os novos, de os estimular, mas que tendem a falhar tragicamente relativamente ao carinho e estímulo dos velhos. Muitos novos andam a crescer e negligenciar o seu papel activo no ciclo, ou seja, andam a falhar no cumprimento do seu papel para com os velhos.

É verdade que a velhice não se reveste tão facilmente da alegria e entusiasmo que a infância, mas julgo que não é necessária mais motivação para acarinhar e estimular os mais velhos, do que pensar que foram eles quem outrora contribuiu para o que hoje somos, tendo-nos igualmente acarinhado e estimulado noutra fase de nossas vidas.

É crucial reflectir sobre estas questões da dinâmica familiar, porque há muito que surgem indícios deste ciclo estar a ser violado, muito por culpa de limitações temporais, mas também por egoísmo e leviandade.

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