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Sobre o Iraque e a democracia no Médio-Oriente

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A enriquecedora leitura do livro Benazir Bhutto – Reconciliação nos serões das últimas semanas tem-me conduzido para um patamar de estupefacção e aprendizagem que justificam um texto sobre parte do livro sem que tenha ainda concluído a sua leitura.

Até onde sei, o Iraque só tem sido notícia por maus motivos e como tal existe para encarnar o que é mau e o que pode ser o caos e violência numa sociedade.

Até ao meu recente texto Sobre os muçulmanos, seus países e o terrorismo, a confusão sobre este tema era total na minha cabeça, a ponto do resultado ser mais um esgar emotivo e reactivo do que uma tentativa ou esboço de compreensão e interpretação.

Veja-se: ao longo do século XX, Estados Unidos e a Grã-Bretanha controlaram como autênticos colonizadores países como o Irão, o Egipto ou o Iraque, impondo governantes-marionetas que apenas serviam para fazer cumprir interesses comerciais, exploratórios, estratégicos e políticos, dessas duas nações. No decorrer deste tempo a questão do estabelecimento da democracia nestes países esteve na agenda apenas quando interessou: diversos foram os casos em que as duas nações ocidentais referidas impediram o surgimento de partidos com ideais democráticos (opositores dos regimes vigentes), incentivando a mesma autocracia que noutros países condenavam.

Ora a recente guerra do Iraque, irrompida em 2003 sob um pretexto falso de armamento ilegal, irrompeu verdadeiramente para tentar fazer do Iraque o case-study do Médio-Oriente em termos de implantação da democracia, na esperança de gerar um efeito dominó sobre outras nações. Só que no Iraque estalou uma guerra-civil que resulta do conflito étnico sunitas/xiitas, o qual em muito se deve a ter sido imposto pelos britânicos um líder sunita num país esmagadoramente xiita, durante anos a fio.

Os resultados estão à vista, o absoluto caos instalou-se no Iraque, tornando-o na vergonha que é. Um povo já de si quezilento devido às etnias e sub-correntes religiosas, sente-se agora ultrajado pela manipulação que sente ter sido alvo.

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