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Sobre as pessoas e as listas de reprodução

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Deparei-me recentemente com a sensação de que de modo geral a maior parte das pessoas assemelha-se a autênticas listas de reprodução de um qualquer programa de gestão de conteúdos audio.

Esta ideia de comparar as pessoas às playlists dos programas foi catalizada pela minha constatação de que no espectro dos indivíduos que conheço e com que me relaciono, uma larga fatia restringe-se em demasia a alguns assuntos ou tipologia temática das conversas, e como tal torna-se previsível e limitado como as listas de reprodução que sejam reproduzidas múltiplas vezes. Para piorar, muitas dessas pessoas não têm sequer um modo aleatório que permita aos outros ter a sensação de que embora o tema seja recorrente, a conversa aparente ser nova. Não, o seu modus operandi é identificável à distância, tornando-as previsíveis e como tal mais susceptíveis de saturação e de desinteresse por parte dos seus interlocutores.

Não deixa de ser inusitado verificar que face ao bombardeamento de assuntos a que qualquer pessoa actualmente se sujeita por intermédio das tecnologias de informação e comunicação, existam tantas pessoas cuja gama de assuntos é copiosamente restrita.

Para minha infelicidade, confesso que é complicado mostrar a estas pessoas como é frustrante chegar à beira delas e prever, com um grau de confiança bastante razoável, que para manter uma conversa acesa e bidireccional o único caminho é abordar os temas que se inserem nas suas zonas de conforto e predilecção.

E não só é complicado mostrar às pessoas, como o é ter vontade de explodir e dizer que se está farto de tanta repetição de conversa, tanto esgotar de criatividade, tanta gravidade à volta do eterno assunto.

Para finalizar, dizer apenas que esses seres do tipo listas de reprodução, acabam invariavelmente por se confundir com os próprios temas que repetem sem mostra de cansaço, levando os outros a os confundirem com os temas de que tanto gostam.

1 comentário:

  1. Tive uma longa paragem no blogue. Quando regressei considerei que talvez não fosse elegante da minha parte bater-lhe à porta. Por vezes operam-se em mim algumas incompatibilidades com a net, que não sei explicar, e depois vogo um pouco à tona.
    Obrigado meu amigo por me ter contactado. Nunca esqueci o seu blogue e as suas fabulosas crónicas sobre a vida.
    Um natal muito feliz e recheado do que de melhor se pode oferecer a alguém: votos para que o futuro seja de muito sucesso. E o seu vai ser.
    Um abraço deste seu amigo.
    Fareleira Gomes

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