À luz da formação em liderança e gestão de equipas que tenho frequentado nas últimas semanas, pergunto-me se as fronteiras nacionais tal como as fronteiras Europeias não estão hoje a marcar passo em termos de económicos e políticos por força de diferentes doses de inadequação na liderança e inadequação na gestão de equipas.
Relativamente à União Europeia o desafio de fazer convergir 27 países numa estratégia política é tanto mais crítico quanto se pensar que a liderança deste bloco económico depende mais da dimensão e importância de um país do que da manifestação de capacidade de liderança individual de cada membro. Isto apenas vem abalar uma lógica de liderança assente no mérito individual.
Se a democracia na liderança aparenta tratar-se de um aspecto frágil que poderá justificar as convulsões e medos vividos actualmente na União, parece-me que em menor escala os problemas poderão dever-se à gestão das nações, onde o desempenho tem sido melhor. A este respeito, porém, merece-me invocar o que se passa em Portugal, referindo para esse efeito a pouca importância atribuída às eleições europeias, vista como algo distante e porventura meramente burocrático.
Não é portanto inesperado verificar que o projecto Europeu que justifica esta união de estados vive actualmente uma crise existencial que ajudará a perceber como a falta de um líder efectivo e livre de indicação política pode inquinar o funcionamento de uma equipa. À falta de um líder consensual, surgem as divisões.
Em Portugal, a falta de empatia nos líderes, entendida como a capacidade de se colocarem no lugar dos outros e compreender verdadeiramente os problemas e motivações, provoca semelhantes divisões. A realidade política revela divisões profundas entre os partidos, fruto da má liderança que os governos vão tendo, más sobretudo na arrogância com que se dispensa o contributo dos outros partidos. Confesso que gostava de ver muita gente importante na minha formação, porque estão a precisar dela.
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