Com o indescritível fervilhar de comunicações por toda a internet, incluindo redes sociais, blogues, comentários em fóruns, jornais, gravações, arrepia-me imaginar o descontrolo de direitos de autor e de regulação desses direitos.
Pese embora o facto de que na maior parte dos casos tudo se rege pela regra do que oficializa primeiro uma ideia e opinião, considero que esta é um daqueles casos em que cogitar uma forma de organizar só com uma determinação hercúlea.
A bem dizer, qualquer um de nós se faz às afirmações e à exposição de ideias com uma leviandade tal que dificilmente se dá conta de que, no ponto civilizacional em que estamos, proferir alguma coisa para o espaço público é como caminhar duzentos metros às escuras em pleno parque de campismo sobrelotado com tendas e gente deitada: incorremos em constantes e quiçá inevitáveis pisadelas do território de outros e de interferir com os direitos de outros.
É pois com um misto de curiosidade e receio que aguardo novidades sobre este tema, salientando que o mesmo não é um mero subterfúgio de quem não tem em que pensar. Não, é mais do que isso: na música, no cinema, nos livros, na investigação científica e por aí fora, em todas as áreas surgirão cada vez mais e maiores desafios no âmbito da gestão de autorias e de direitos sobre informação.
Poder-se-á antever legislação sobre esta matéria, a qual venha putativamente a hierarquizar o meio no qual são expostas as informações, assim como privilegiar formas oficiais de dar a conhecer formalmente informações.
E porque a mixórdia de incógnitas já não é pouca, imaginemos o que é poder gerir direitos sobre uma ideia ou opinião lançada, ou mesmo música, filme, livro, mantendo o direito de privacidade e não exposição pública de informações pessoais.
Neste planeta de índole cada vez mais comunicacional, urge urgentemente um plano de regulação da informação circulante, à escala globalizada e à velocidade da fibra óptica.
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